12.28.2006

Por Ligia Martins de Almeida em 23/12/2006 em Observatório da Imprensa

As mulheres chegam ao fim do ano sem ter o que comemorar com relação ao tratamento que receberam da mídia. Nem mesmo a divulgação dos novos Indicadores Sociais brasileiros pelo IBGE serviu para que a imprensa desse o merecido destaque às mulheres e à mudança de sua situação na sociedade brasileira.
E talvez a culpa nem seja do preconceito. Talvez a culpa seja dessa nova forma de fazer jornalismo, que não dá espaço aos repórteres para pegar um assunto – que não envolva celebridades – e irem além do texto oferecido pelas assessorias da imprensa.
Se uma celebridade tiver um problema (como no caso Daslu) ou um sonho (como o desejo da primeira-dama de adotar uma criança), a imprensa vai destacar repórteres e reservar espaço para tratar do assunto à exaustão.
Mas quando se trata de problemas reais, como os que são retratados no relatório do IBGE, envolvendo gente sem dinheiro, sem charme e sem educação – o grosso da população brasileira –, a imprensa se limita a mostrar o texto oficial. Texto que daria pauta para muita matéria boa.